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Prólogo — Sky descobriu que fogos de artifício podiam brilhar em rosa neon

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  O som chegou antes da visão. Sky notou mais rápido do que gostaria aquele trovão abafado, grave, que parecia vir do chão, das paredes e do próprio peito. A fila à sua frente se arrastava em direção à porta de um galpão antigo, escondido entre prédios abandonados no centro da cidade. Havia gente produzida demais para um show alternativo. Cabelos impecáveis, maquiagens intactas, roupas escolhidas com precisão para parecerem descuidadas. O brilho e o paetê eram tantos que, por alguns segundos, ela se sentiu desorientada. Só estava ali porque precisava.  Lembrou-se de que, se não fosse pela pauta, pelas contas vencendo e pela ração cara de seu shih-tzu, teria ficado em casa, em companhia do sofá e de algum episódio repetido do reality mais idiota do catálogo.  A mãe costumava dizer que ela havia desenvolvido uma personalidade difícil.  Talvez estivesse certa.  Vê-la fora de casa era realmente raro.  Jovens deveriam sair, se divertir, ir a encontros, mas Sky s...